A Lua, nosso único satélite natural, sempre fascinou a humanidade. Desde os tempos antigos, ela inspirou mitos, lendas, calendários, rituais e até mesmo missões espaciais. A primeira vez que um ser humano pisou na Lua foi em 1969, quando o astronauta americano Neil Armstrong pronunciou a famosa frase: "Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade".
Desde então, outras 11 pessoas caminharam na superfície lunar, sendo a última em 1972, na missão Apollo 17. Depois disso, a exploração da Lua entrou em um longo período de estagnação, com poucos projetos e investimentos. Mas isso está prestes a mudar.
A Nasa, a agência espacial americana, anunciou o programa Artemis, que tem como objetivo levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua em 2024, além de estabelecer uma presença humana permanente no satélite até o final da década de 2020. O nome Artemis faz referência à deusa grega da Lua e da caça, irmã gêmea de Apolo, que batizou o programa anterior.
O programa Artemis se baseia em tecnologias inovadoras, como o foguete Space Launch System (SLS), a nave espacial Orion, o módulo Gateway e o sistema de pouso humano.
O SLS é o foguete mais poderoso já construído, capaz de levar a Orion e seus tripulantes até a órbita lunar. A Orion é a cápsula que transportará os astronautas, equipada com sistemas de suporte à vida, comunicação, propulsão e reentrada.
O Gateway é uma estação espacial que ficará em órbita ao redor da Lua, servindo como ponto de encontro, abastecimento e pesquisa.
O sistema de pouso humano é o veículo que levará os astronautas da órbita até a superfície lunar e vice-versa.
A missão Artemis 1, prevista para novembro de 2024, será o primeiro teste de voo não tripulado do SLS e da Orion, que farão uma órbita ao redor da Lua e retornarão à Terra. A missão Artemis 2, programada para 2024, será a primeira missão tripulada, que levará quatro astronautas para uma órbita lunar de 10 dias.
A missão Artemis 3, planejada para 2025, será a primeira missão a pousar na superfície da Lua desde a Apollo 17, levando dois astronautas para explorar o polo sul lunar, onde há indícios de água congelada em crateras permanentemente sombreadas.
A Nasa pretende usar os recursos lunares, como a água, o oxigênio e o regolito (solo lunar), para produzir combustível, ar e materiais de construção, reduzindo a dependência da Terra e os custos das missões. Além disso, a agência quer desenvolver parcerias comerciais e internacionais, envolvendo empresas privadas e outras nações na exploração da Lua.
O Brasil, por exemplo, faz parte do Acordo de Artemis, um conjunto de princípios e normas para a cooperação pacífica e responsável na Lua.
O programa Artemis não é apenas um retorno à Lua, mas um passo à frente na conquista do espaço. A Nasa vê a Lua como um trampolim para Marte, o próximo destino da humanidade. A experiência adquirida na Lua servirá para testar tecnologias, treinar astronautas e estudar os efeitos da exposição à radiação e à gravidade reduzida.
A meta é enviar a primeira missão tripulada ao planeta vermelho na década de 2030.
A próxima ida do homem à Lua é, na verdade, a próxima ida da humanidade à Lua.
Uma ida que representa não apenas um desafio científico e tecnológico, mas também uma oportunidade de inspiração, educação, colaboração e inovação. Uma ida que nos lembra que somos capazes de realizar grandes feitos quando unimos nossos esforços, talentos e sonhos.
Uma ida que nos convida a olhar para o céu e imaginar o que mais podemos alcançar.
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